O artigo apresenta as caracterÃsticas básicas da estética em Plotino, procurando esclarecer as imbricações necessárias entre estética e a proposta ética de conversão rumo ao inteligÃvel. A arte se mostra como um processo de descoberta daquilo que é mais propriamente nosso, de nosso nÃvel mais verdadeiro, o noûs. Na auto-descoberta apaixonada do noûs, o aprendiz do Belo se torna sua maior obra de arte, a escultura de si mesmo, que faz brilhar em sua própria vida o resplendor da virtude, mimese do inteligÃvel. Também o artista, na nossa acepção do termo, ao criar sua obra exterior, faz brilhar sensivelmente os seus amores inteligÃveis, unificando-se progressivamente com as esferas superiores. Suas obras são frutos do processo de conversão ao mundo das verdadeiras belezas, o noûs. Tais obras, cópias diretas do mundo inteligÃvel (e não cópias de copias), são vestÃgios Daquele Belo, indicações que nos apontam para a transcendência, são obras-anaminese, que nos fazem escalar o caminho da ascese: arte-ética, a vida como um ato de artista.
This paper presents the basic features of Plotinus' aesthetics and seeks to establish the necessary relations between aesthetics and ethical idea of conversion to the intelligible. Art is a process by which we discover that which is most properly ours, the noûs. Through the loving self-descovery of noûs, he who learns Beaulty becomes his greatest work of art, a sculpture of himself, which shines in his own life the splendor of virtue, an immitation of the intelligible. An artist in the proper sense of the word also makes his intelligible love shine in the sensibility, thus gradually joining the superior spheres. His works result from one's gradual conversion to the world of real beauties, the noûs. As direct copies of the intelligible world (and not copies of copies), such works bear traces of that Beauty, indications of transcendence, they are anaminese works that put us in the ascetic path: art-ethics, life as the act of an artist.