INTRODUÇÃO: O Atendimento Escolar Hospitalar (AEH) é uma modalidade de ensino garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação e pelas Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica e visa possibilitar à criança e adolescente hospitalizado a manutenção do vínculo escolar e com o processo de aprendizagem. Cumpre ao AEH elaborar estratégias e orientações para possibilitar o acompanhamento pedagógico-educacional do processo de construção do conhecimento de crianças e jovens internados, buscando desenvolvê-los dentro de suas necessidades e dificuldades acadêmicas, por meio de uma prática que englobe as diversas ciências. O AEH considera a integralidade da pessoa hospitalizada, em que o aprender se relaciona com as dimensões afetiva, cognitiva e psicológica, de construção de si e do mundo que a cerca. Neste sentido, o AEH auxilia o paciente pediátrico com fibrose cística (FC) a manter uma ligação com a rotina de vida que extrapola o campo da doença e do hospital, caracterizando-se por ser uma prática inclusiva, humanizadora e produtora de significados positivos.
OBJETIVO: Descrever os benefícios do Atendimento Escolar Hospitalar para o desenvolvimento integral dos pacientes pediátricos internados com Fibrose Cística.
METODOLOGIA: Relato de experiência com abordagem descritiva e qualitativa.
RESULTADOS: As atividades são desenvolvidas por professoras do ensino fundamental cedidas pela Secretaria de Educação para atuarem no Atendimento Escolar Hospitalar (AEH). A atuação ocorre no leito e/ou na classe hospitalar (sala de aula multisseriada dentro do hospital, somente um paciente com FC por vez) onde são desenvolvidas atividades de pintura, leitura, contação de histórias, exercícios de escrita e de matemática, jogos e orientações pedagógicas de acordo com cada nível educacional. A partir destas atividades, o AEH fortalece e mantém o elo entre o paciente com FC e sua escola de origem; promove um espaço prazeroso de interação social; favorece a reinserção escolar após a hospitalização, prevenindo a evasão escolar; proporciona experiências de aprendizagem e de manutenção do processo de desenvolvimento infantojuvenil (socialização, vínculo afetivo, novas descobertas através do ensino).
CONCLUSÃO: No contexto da Fibrose Cística, em que muitos pacientes pediátricos têm a necessidade de internações frequentes e por um período médio de 14 dias ou mais, a possibilidade de manter o vínculo com aspectos saudáveis da vida cotidiana, como o aprendizado escolar, torna-se um fator protetivo do desenvolvimento e de manutenção da qualidade de vida. Assim, a relação entre o ato pedagógico e a hospitalização trazem benefícios não só à aprendizagem formal, mas também podem influenciar positivamente a relação do paciente pediátrico com o período da hospitalização, auxiliando a ressignificar a experiência do tratamento, abrindo novas possibilidades de estar no mundo com fibrose cística.