O Atendimento escolar hospitalar ao paciente pediátrico com fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

O Atendimento escolar hospitalar ao paciente pediátrico com fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Simone Scheibe, Grace Gatto Pereira, Graciela Moraes Santos, Jennefer Suellen Carvalho Silva Ramos, Eduardo Piacentini Filho
Autor Correspondente: Simone Scheibe | [email protected]

Palavras-chave: pedagogia hospitalar, paciente pediátrico, fibrose cística

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: O Atendimento Escolar Hospitalar (AEH) é uma modalidade de ensino garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação e pelas Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica e visa possibilitar à criança e adolescente hospitalizado a manutenção do vínculo escolar e com o processo de aprendizagem. Cumpre ao AEH elaborar estratégias e orientações para possibilitar o acompanhamento pedagógico-educacional do processo de construção do conhecimento de crianças e jovens internados, buscando desenvolvê-los dentro de suas necessidades e dificuldades acadêmicas, por meio de uma prática que englobe as diversas ciências. O AEH considera a integralidade da pessoa hospitalizada, em que o aprender se relaciona com as dimensões afetiva, cognitiva e psicológica, de construção de si e do mundo que a cerca. Neste sentido, o AEH auxilia o paciente pediátrico com fibrose cística (FC) a manter uma ligação com a rotina de vida que extrapola o campo da doença e do hospital, caracterizando-se por ser uma prática inclusiva, humanizadora e produtora de significados positivos.

OBJETIVO: Descrever os benefícios do Atendimento Escolar Hospitalar para o desenvolvimento integral dos pacientes pediátricos internados com Fibrose Cística.

METODOLOGIA: Relato de experiência com abordagem descritiva e qualitativa.

RESULTADOS: As atividades são desenvolvidas por professoras do ensino fundamental cedidas pela Secretaria de Educação para atuarem no Atendimento Escolar Hospitalar (AEH). A atuação ocorre no leito e/ou na classe hospitalar (sala de aula multisseriada dentro do hospital, somente um paciente com FC por vez) onde são desenvolvidas atividades de pintura, leitura, contação de histórias, exercícios de escrita e de matemática, jogos e orientações pedagógicas de acordo com cada nível educacional. A partir destas atividades, o AEH fortalece e mantém o elo entre o paciente com FC e sua escola de origem; promove um espaço prazeroso de interação social; favorece a reinserção escolar após a hospitalização, prevenindo a evasão escolar; proporciona experiências de aprendizagem e de manutenção do processo de desenvolvimento infantojuvenil (socialização, vínculo afetivo, novas descobertas através do ensino).

CONCLUSÃO: No contexto da Fibrose Cística, em que muitos pacientes pediátricos têm a necessidade de internações frequentes e por um período médio de 14 dias ou mais, a possibilidade de manter o vínculo com aspectos saudáveis da vida cotidiana, como o aprendizado escolar, torna-se um fator protetivo do desenvolvimento e de manutenção da qualidade de vida. Assim, a relação entre o ato pedagógico e a hospitalização trazem benefícios não só à aprendizagem formal, mas também podem influenciar positivamente a relação do paciente pediátrico com o período da hospitalização, auxiliando a ressignificar a experiência do tratamento, abrindo novas possibilidades de estar no mundo com fibrose cística.