O campo religioso brasileiro tem testemunhado nos últimos anos um acirramento dos conflitos e tensões que envolvem a coexistência das diversas tradições religiosas, devido à uma significativa expansão do lastro de atuação de discursos fundamentalistas, que se inserem em diversas áreas da esfera pública, como a cultura, a política, a economia, a educação, a saúde, o meio ambiente, a religião etc., desencadeando como consequências desastrosas e indesejáveis, dentre outras questões, uma expressiva ameaça à liberdade religiosa. Sendo assim, o desafio do pluralismo é defender a tolerância e promover o diálogo inter-religioso a partir de uma combinação de iniciativas pautadas pelo ecumenismo e a laicidade, ao passo que, os fundamentalismos refutam deliberadamente tais estratégias de razoabilidade e conciliação social e radicalizam ostensivamente sua oposição. O presente artigo, pretende aprofundar no debate acerca da ameaça imputada pelos fundamentalismos à liberdade religiosa, acionando para tanto, uma abordagem referenciada tanto nos pressupostos das ciências da religião quanto nos do paradigma decolonial/ intercultural, alcançados através uma revisão bibliográfica.
The Brazilian religious field has witnessed in recent years, an intensification of conflicts and tensions involving the coexistence of various religious traditions, due to a significant expansion of the ballast of action of fundamentalist discourse which are part of various areas of the public sphere, such as culture, politics, economy, education, health, the environment, religion, etc., disastrous, and undesirable consequences, among other issues, a significant threat to religious freedom. Thus, the challenge of pluralism is to defend tolerance and promote interreligious dialogue from a combination of initiatives guided by ecumenism and laity, while fundamentalism deliberately refutes such strategies of reasonableness and social reconciliation and ostensibly radicalizes their opposition. This article aims to deepen the debate about the threat attributed by fundamentalisms to religious freedom, triggering to this end, an approach referenced both in the assumptions of the sciences of religion and in those of the decolonial/intercultural paradigm, achieved through a bibliographic review.