'O Brasil é um grande formigueiro’: território, ecologia e a história ambiental da América portuguesa, parte 1

Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña

Endereço:
Cidade Universitária UFMG, Fafich, Departamento de História, 4 andar. Avenida Antonio Carlos 6627, Pampulha, Belo Horizonte, MG, Brasil, 31 270-901
Belo Horizonte / MG
31.270-901
Site: http://www.fafich.ufmg.br/halac
Telefone: 3132879213
ISSN: 22372717
Editor Chefe: Regina Horta Duarte
Início Publicação: 31/08/2011
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

'O Brasil é um grande formigueiro’: território, ecologia e a história ambiental da América portuguesa, parte 1

Ano: 2014 | Volume: 3 | Número: 2
Autores: D. C. Cabral
Autor Correspondente: D. C. Cabral | [email protected]

Palavras-chave: território, ameríndios, Mata Atlântica, formigas cortadeiras, Brasil colonial

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo compósito, proponho uma leitura não-antropocêntrica da história territorial brasileira. Na parte I, reconstruo teoricamente o conceito de território de modo a ‘subjetificar’ toda e qualquer coisa terrena, descentrando a agência histórica. Para isso, sugiro encarar o território como um campo vital contínuo (i.e., sem ‘buracos’), diversificado e todo-abrangente de que os seres humanos participam, como condição necessária de sua existência terrena. A partir dessa perspectiva, estar no território significa ‘vibrar’ na mesma faixa de frequência vital dos outros seres e coisas naturais, influenciando suas atividades e sendo influenciado por elas. Desenvolvida essa teoria, passo a utilizá-la, na parte II, para a construção de uma breve narrativa acerca do encontro e das adaptações recíprocas entre florestas costeiras, ameríndios, colonos neoeuropeus e formigas cortadeiras, durante a colonização portuguesa. A título de conclusão, ressalto o contraste entre a atitude ‘dialogal’ e a atitude ‘colonial’ com que ameríndios e neoeuropeus, respectivamente, participavam dos encontros ecológicos, mais-do-que-humanos, que proponho chamar de territórios. (parte II, próximo número de HALAC)



Resumo Inglês:

In this composite paper, I propose a non-anthropocentric reading of the Brazilian territorial history. In part I, I try to theoretically reconstruct the concept ofterritory so as to ‘subjectify’ all and every earthly thing, decentering historical agency. For this, I suggest approaching territory as a continuous (i.e., no ‘holes’), diverse and all-encompassing vital field in which humans participate as a necessary condition of their earthly existence. From this perspective, to be in the territory means 'vibrating' in the same life-frequency of other natural beings and things, influencing their activities and being influenced by them. Then, In Part II, I will use this theory for the construction of a brief narrative about the encounter and reciprocal adaptations between coastal forests, Amerindians, neo-European settlers and leaf-cutting ants, during the Portuguese colonization. In conclusion, I emphasize the contrast between the 'dialogical' attitude and the 'colonial' attitude with which Amerindians and neo-Europeans, respectively, participated in the ecological, more-than-human encountersI propose to call territories. (Part II, next issue of
HALAC).