Compreender o processo de envelhecimento é um dos desafios do século XXI, em busca de novos caminhos para uma população que mundialmente se torna cada vez mais idosa. Desse modo, na presente pesquisa objetivou-se investigar a concepção de infância de um grupo de idosos e a importância do brincar no processo cultural, histórico e educativo do homem. Realizou-se revisão da literatura referente a situação do idoso na sociedade atual e a importância do brincar para o desenvolvimento humano. Na pesquisa de campo participaram 18 idosos, com idade superior a 65 anos, freqüentadores de um clube social da cidade de Bauru, estado de São Paulo. Na primeira etapa da pesquisa, por meio da técnica de entrevista semi-estruturada, coletaramse depoimentos dos idosos referentes a: i) conceito de infância; ii) brincadeiras infantis; iii) brincadeiras que realizaram em sua infância; iv) jogos e brincadeiras que gostariam de reviver. Na segunda, foram estruturadas vivências de brincadeiras socioculturais, pautadas no conteúdo das entrevistas, as quais foram compartilhadas com crianças. Ao refletir sobre a importância do brincar e as contribuições do lúdico em processos educativos e vivenciais, recuperam- se práticas de expressão corporal, cooperação, coletividade, liderança e autoconhecimento, que se apresentam como um aparato de estratégias educativas para todas as gerações. Constatou- se que: a) a concepção de infância apontada pelos participantes precisa de intervenções lúdicas que promovam a valorização sociocultural; b) o encontro entre gerações pode favorecer o desenvolvimento infantil; c) estratégias lúdicas ultrapassam a barreira da idade, caracterizando-se como instrumento para prática educativa.