Neste artigo desenvolvo breve reflexão acerca de pesquisas em cotidiano escolar,
tentando compreender algumas armadilhas que às vezes levam-nos a proferir discursos
permeados pela lógica positivista. Estas armadilhas cristalizam o “olhar da faltaâ€,
materializando-se em textos que se julgam suficientes e fechados às diversas atribuições
de sentido. Para isso, recorro às narrativas de eventos ocorridos nas escolas e ao diálogo
com o referencial teórico, de forma a tentar perceber os mecanismos que reduzem tais
eventos. Minha opção de compreensão passa pelas proposições de Boaventura Santos
quando discorre acerca do projeto de modernidade e pela contribuição de Whitehead,
quando fala dos detalhes presentes nas frequências da vida. Concluo afirmando que a
percepção de outras possibilidades para o que tem sido explicado a partir de um único
ponto de vista, é algo que depende da disponibilidade do pesquisador por encontrá-las
em pequenos sinais que comumente desprezamos quando sucumbimos ao discurso simplificador.