O presente artigo traz reflexões sobre o perfil dos novos professores universitários e a polêmica discussão sobre o processo de profissionalização da docência, levando em consideração especialmente as condições de trabalho e as demandas de produtividade cientÃfica. É baseado especialmente no banco de dados da pesquisa “A nova geração de professores universitários: profissionalização, condições de trabalho e sua relação com a produtividade cientÃfica na UFRGSâ€, estudo de caso realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul durante os anos de 2012 e 2013. Buscou-se revisitar os dados encontrados na pesquisa, de modo a atualizar a reflexão para o contexto atual. O caráter das mudanças observadas está em consonância com o amplo movimento de transformação da universidade brasileira, acelerado especialmente na última década do século passado. A metamorfose do perfil da universidade pode ser categorizada na passagem de um caráter de instituição social para o de organização social, de princÃpios sociais universais para o de objetivos particularistas. Nesse contexto, os novos professores enfrentam a problemática da profissionalização, em meio à s contradições de um processo em que as condições de trabalho e demandas crescentes de produtividade cientÃfica atuam no sentido inverso ao de uma maior autonomia de trabalho. Incorporam o novo ethos acadêmico mesmo em meio a dificuldades e repercussões negativas sobre o seu trabalho e vida pessoal, assimilando os valores da nova sociabilidade produtiva.