No mês de junho de 2021, o Brasil alcançou a marca de 500.000 mortos por COVID-19. No país, existe a exclusão de ampla parcela da população nacional da ordem econômica, social e política, sendo subordinado ao capitalismo mundial (heteronomia), refletindo na saúde pública da população. No conceito de sindemia, as interações biológicas e sociais são importantes para o prognóstico, o tratamento e a política de saúde; a combinação destes fatores amplifica o dano causado pela doença infecciosa. O SUS, enquanto sistema universal e igualitário tem papel fundamental no combate à pandemia. Desta forma, mesmo com todas as fragilidades, conseguiu responder à pandemia da COVID-19, evitando o colapso do sistema assistencial do país e maior número de mortos. Este trabalho objetiva correlacionar, de forma sucinta, a teoria do capitalismo dependente de Florestan Fernandes, o subfinanciamento do SUS, às iniquidades na distribuição e no acesso à vacina contra COVID-19 e ao enfrentamento da pandemia (ou sindemia?) da COVID-19 no Brasil.
In June 2021, Brazil surpassed the mark of 500,000 deaths by COVID-19. In the country, a large portion of the national population is excluded from the economic, social, and political order, being subordinated to world capitalism (heteronomy), which reflects on the population’s public health. In the syndemic concept, biological and social interactions are essential for the prognosis, treatment, and health policy; these factors combined increase the damage caused by the infectious disease. The Unified Health System (SUS), as a universal and egalitarian system, has a key role in fighting the pandemic. In this perspective, despite all its weaknesses, it managed to respond to the COVID-19 pandemic, preventing the country’s health system from collapsing and an even greater number of deaths. This study aims to briefly correlate Florestan Fernandes’ theory of dependent capitalism, the SUS underfunding, the inequities in the distribution and access to COVID-19 vaccines, and the fight against the COVID-19 pandemic (or syndemic?) in Brazil..