O caráter imagético do texto passou a ser propagado por movimentos questionadores da arte e da sociedade, como o futurismo e o dadaísmo no início do século XX, tornando-se referência para outros movimentos de contracultura de 1980 em diante, principalmente no campo do design gráfico. Busca-se, neste trabalho, abordar o significado deste tipo de composição tipográfica em que a palavra entra com força de imagem, analisando diferentes formas futuristas e dadaístas de exploração do texto, nos trabalhos de Marinetti, Apollinaire e Zdanevich, bem como suas pretensões semânticas, tecendo-se relações com movimentos mais contemporâneos, exemplificados nos projetos gráficos das revistas The Face, SoDA, Beach Culture e Zembla. Tipógrafos, artistas gráficos e designers questionaram em seus trabalhos as regras tipográficas estabelecidas resultando uma nova forma de criação da composição tipográfica, na qual a desconstrução e o uso da palavra como imagem são fundamentais para a criação de novos significados na página.
The imagistic character of the text began to be disseminated in the beginning of the twentieth century by movements that questioned art and society, such as Futurism and Dadaism, becoming a reference for other counterculture movements from 1980 onwards, mainly in the field of graphic design. The aim of this study was to address typographic compositions in which the word has an image value, by analyzing experiments with text created by Futurists and Dadaists such as Marinetti, Apollinaire and Zdanevich as well as their semantic propositions, establishing relations with more contemporary movements, exemplified in the graphic designs of magazines like The Face, soDA, Beach Culture and Zembla. Typographers, graphic artists and designers in their work have questioned the typographic rules of harmony, resulting in the creation of a new form of typesetting, in which deconstruction and the use of the word as image are fundamental to the creation of new meanings on the page.