Em 1952, o casamento entre a índia kalapalo Jakuí e o sertanista Ayres C. Cunha veio a se tornar uma polêmica nacional. O Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e parte da imprensa nacional desaprovavam o enlace. Em compensação à população em geral e outra parte da imprensa, tanto aprovavam quanto se mobilizaram para que o casamento se concretizasse. Independentemente das duas posições contrárias, à perspectiva dos índios Kalapalo sobre o casamento mostrava-se não apenas ignorada pela sociedade nacional, mas como também de pouca importância. Este texto discorre sobre o ponto de vista dos Kalapalo acerca do evento, que se configurava como uma jornada de pacificação dos caraíba (não-índios), relacionando, mito, cosmologia e história.