O relacionamento entre pais, filhos e irmão, provenientes das camadas populares, no Brasil tem sido percebido pelos outros grupos sociais, quase sempre, de forma negativa e preconceituosa. Os pais considerados irresponsáveis exploram os filhos, os espancam ou, ainda, os deixam morrer de fome...os filhos são rebeldes ou então são vistos como vÃtimas. Tais representações da famÃlia popular, ao longo do tempo, foram e continuam sendo produzidas e veiculadas por instituições religiosas, por instituições filantrópicas, por intelectuais, pela escola, pela mÃdia, pelo sistema judiciário, etc. Mas será que tais imagens reproduzem as experiências vivenciadas pelos populares no seu cotidiano'? Neste artigo através da memória dos populares resgatada nos processos criminais expedidos pela comarca da cidade de Porto Alegre (RS), entre 1886 e 1906, procurar-seá conhecer as relações que se estabeleciam entre pais, filhos, irmãos e outros personagens como tutores, criadeiras e padrinhos'. Esta reflexão objetiva trazer contribuições que ampliem a discussão.