O CINEMA COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: DEBATES, PRÁTICAS E DESAFIOS
Revista de História Bilros
O CINEMA COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: DEBATES, PRÁTICAS E DESAFIOS
Autor Correspondente: Antônio Barros de Aguiar | [email protected]
Palavras-chave: Lei 10.639/03; cinema; História Cultural; Ensino de História.
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A ação política do movimento social negro, no âmbito educacional, contribuiu para a construção e aprovação da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de História da África e Cultura afro-brasileira no currículo da Educação Básica em todo o Brasil. Tal lei, construída à luz de uma realidade de luta da população negra, aponta para a necessidade de se promover uma reeducação das relações étnico-raciais no país, a fim de combater ideias e práticas racistas que ainda persistem em permanecer no imaginário popular e nas relações sociais. Mesmo com alguns avanços, ainda há carências de propostas metodológicas para efetivação da referida lei na sala de aula. Nessa perspectiva, a proposta deste artigo é apresentar as possibilidades metodológicas, as vantagens e os riscos do uso do cinema como recurso didático no ensino de História e Cultura afro-brasileira. Tem-se por objetivo apresentar as representações de negros(as) na primeira fase do Cinema Novo (1960-1964). A abordagem parte da História Cultural proposta por Chartier (1988), na qual se buscou elementos para compreender os filmes como fontes históricas e como parte de uma experiência cultural. Assim, apropriar-se do cinema e pô-lo a serviço do ensino de História e Cultura afro-brasileira é um desafio que requer de nós um aprofundamento de nossos conhecimentos acerca das especificidades da linguagem cinematográfica, de suas dimensões estéticas, sociais e culturais, de seus limites e possibilidades.
Resumo Inglês:
The political action of the black social movement in the educational sphere contributed to the construction and approval of Law 10.639 / 2003, which made it compulsory to teach Afro-Brazilian History of Africa and Culture in the Basic Education curriculum throughout Brazil. This law, built in the light of a reality of struggle of the black population, points to the need to promote a re-education of ethnic-racial relations in the country, in order to combat racist ideas and practices that still persist in remaining in the popular imagination and in the social relationships. Even with some advances, there is still a lack of methodological proposals for the implementation of said law in the classroom. In this perspective, the proposal of this article is to present the methodological possibilities, the advantages and the risks of the use of cinema as didactic resource in the teaching of Afro-Brazilian History and Culture. The objective is to present the representations of blacks in the first phase of Cinema Novo (1960-1964). The approach is part of Cultural History proposed by Chartier (1988), in which elements were sought to understand films as historical sources and as part of a cultural experience. Thus appropriating cinema and putting it at the service of the teaching of Afro-Brazilian History and Culture is a challenge that requires us to deepen our knowledge about the specificities of cinematographic language, its aesthetic, social and cultural dimensions, of its limits and possibilities.
