O cinema é um dos agentes no processo de representação e produção de sentido. Embora tenha surgido no final do século XIX como mero aparato de registro, é hoje um dos principais bens culturais presentes no nosso cotidiano. A consolidação do cinema como mídia envolve a própria discussão que coloca o aparato cinematográfico como “sétima arte”, tendo por princípio a busca por uma linguagem própria e que apresentasse rupturas com heranças do teatro e da literatura, por exemplo. Dentro desse contexto, discutiremos a composição da mise-en-scène como espaço que materializa o estilo cinematográfico. Para tanto, nossa proposta é analisar o uso do recurso da câmera de mão, entre outros aspectos estilísticos, – na perspectiva de um cinema de autor (AUMONT, 2008; BORDWELL, 2008) – como elemento de composição do universo diegético do filme Deserto Feliz(Paulo Caldas, 2007).
Cinema is an important agent in the process of representation and production of meaning. Although it has arisen in late nineteenth century as a mere record apparatus, today is one of the main cultural assets present in our daily lives. The consolidation of cinema as media involves the discussion that places the cinematographic apparatus as “the seventh art”, having as principle the search for a language of its own, that disrupt with theater and literature inheritance. In this context, we discuss the mise-en-scène composition as a space that materializes the cinematographic style. Thereunto, our purpose is to analyze the use of hand-held camera technique, among other stylistic aspects, – from the perpective of an author cinema (AUMONT, 2008; BORDWELL, 2008) – as a composition element in the diegetic universe of Deserto Feliz (Paulo Caldas, 2007).