Este artigo tem por fito refletir sobre a imagem da bruxa, concebendo-a como um construto gradativo do misoginismo clerical, existente em menor escala no Medievo. Pretende-se, aqui, trilhar as vias de uma abordagem histórico-literária do ilustrativo episódio da Filha do rei Hipômenes da obra medieval A Demanda do Santo Graal, que adjunge tanto heranças misóginas pregressas, quanto a ânsia clerical de controle e configuração do feminino com Eva e, por vezes, com o próprio demônio, que eclodirá ulteriormente na massiva caça à s bruxas promovida na Idade Moderna. Tomar-se-á como parâmetro o protótipo de “bruxaâ€, conforme se vê em sua versão “acabada†no século XV, através da obra Malleus Malleficarum, o Martelo das Feiticeiras
This article has for aim to contemplate on the witch's image, conceiving her
as a gradative construction of the clerical misoginism, existent in smaller scale in Medieval
Age. It is intended, here, to tread the roads of a historical-literary approach of the
illustrative episode of The king's Hipômenes Daughter of the medieval work A Demanda do
Santo Graal, which bring so much past misogynistic inheritances, as the clerical anguish of
control and configuration of the feminine with Eva and, per times, with the own demon, that
will emerge later on in the massive it hunts the witches promoted in the Modern Age. It will
be taken as parameter witch's prototype, as it is seen in his version "ended" in the century
XV, through the work Malleus Malleficarum, The Hammer of the Witches.