A Teoria do Desenvolvimento Humano de Ronald Inglehart argui que o desenvolvimento socioeconômico gera mudanças culturais ao longo do tempo, as quais viabilizam, em determinado estágio, o surgimento da democracia em sociedades não democráticas e o seu fortalecimento em sociedades já democráticas. Neste artigo, argumenta-se que, como implicação normativa, essa teoria acaba por promover o insulamento de aspectos atinentes à política, muito embora não necessariamente tenha sido essa a intenção do autor. Assim, busca-se desvelar o caráter normativo orientado à defesa da democracia liberal da Teoria do Desenvolvimento Humano, especialmente, no ensejo da rejeição de Ronald Inglehart aos diagnósticos de declínio da democracia liberal no mundo hoje.