O conceito de "uso linguístico" em quintiliano

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ISSN: 2674-7375
Editor Chefe: Greciely Cristina da Costa
Início Publicação: 30/06/1998
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Linguística

O conceito de "uso linguístico" em quintiliano

Ano: 2003 | Volume: 6 | Número: 11
Autores: Pereira, Marcos Aurélio
Autor Correspondente: Marcos Aurélio Pereira | [email protected]

Palavras-chave: Pensamento, Normatividade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No capítulo VI do primeiro livro de sua institutio oratória (" A educação oratoria"), Quintiliano (Marcos Fabius Quintilianus, ca 30-96 d.C.) tece considerações a respeito da lingua a ser empregada pelo orador cuja formação propõe no tratado - já definida , na realiade, bem antes da passagem em questão - defendendo o que diríamos, hoje, não qualquer "variedade linguistica", mas aquela empregada pelos poetas, oradores e historiadores, cujos textos serviam, na escola do grammatius e do rhetor, para o aprendizado da língua "culta". Noutros termos, trata-se de empregar um determinado "uso linguístico" (consuetudo sermonis), estabelecido por aquilo que o autor qualifica de "consenso dos instruidos" (consensus eruditorum) e equipara ao "consenso dos bons" (consensus bonorum). Este trabalho procurara discutir, sumariamente, as possíveis implicações da adoção de um "padrão linguistico" num texto em que se descreve, principalmente, o sistema da antiga ars rhetorica. Quintiliano, (b) contrapo-lo a moderna discussão sobre o tema da normatividade, bem como (c) investigar em que medida visões atuais desse tema são validas para uma interpretação daquele momento especifico da história do pensamento sobre a linguagem.



Resumo Inglês:

ln Chapter VI of the first  book of his Institutio oratoria ( "The education of an orator" ), Quintilian (Marcus Fabius Quintilia­ nus, ca. 30-96 A.D.)  makes observations on the language to be em­ ployed by the orator whose education is proposed in his work, which had indeed already been defined. The author defends something like what we  would  call  today not any  "linguistic variety",  but  the one used by poets, orators and historians, who served, in the grammati­ cus ' and the rhetor s school, for  the piu pose  of learning  "cultivated" language. ln other words, the orator should  employ certain  "linguistic usage" (consuetudo sermonis) identified with what Quintilian calls the "consensus of the cultivated" (consensus eruditorum), but also with the "consensus of the good" (consensus bonorum). This text will at­ tempt to consider briefly some implications of the adoption of a "lin­ guistic pattem " in a text that serves mainly to describe the ancient ars rhetorica, aiming at (a) situating properl y Quintilian 's work, ( b) set­ ting it against the modem debate 011 the subject of normativism, as well as ( e) investigating how much the present debate is valid to refer to that specijic moment in the history of "linguistic" thought.
 



Resumo Espanhol:

No capítulo VI do primeiro livro de sua institutio oratória (" A educação oratoria"), Quintiliano (Marcos Fabius Quintilianus, ca 30-96 d.C.) tece considerações a respeito da lingua a ser empregada pelo orador cuja formação propõe no tratado - já definida , na realiade, bem antes da passagem em questão - defendendo o que diríamos, hoje, não qualquer "variedade linguistica", mas aquela empregada pelos poetas, oradores e historiadores, cujos textos serviam, na escola do grammatius e do rhetor, para o aprendizado da língua "culta". Noutros termos, trata-se de empregar um determinado "uso linguístico" (consuetudo sermonis), estabelecido por aquilo que o autor qualifica de "consenso dos instruidos" (consensus eruditorum) e equipara ao "consenso dos bons" (consensus bonorum). Este trabalho procurara discutir, sumariamente, as possíveis implicações da adoção de um "padrão linguistico" num texto em que se descreve, principalmente, o sistema da antiga ars rhetorica. Quintiliano, (b) contrapo-lo a moderna discussão sobre o tema da normatividade, bem como (c) investigar em que medida visões atuais desse tema são validas para uma interpretação daquele momento especifico da história do pensamento sobre a linguagem.