No capítulo VI do primeiro livro de sua institutio oratória (" A educação oratoria"), Quintiliano (Marcos Fabius Quintilianus, ca 30-96 d.C.) tece considerações a respeito da lingua a ser empregada pelo orador cuja formação propõe no tratado - já definida , na realiade, bem antes da passagem em questão - defendendo o que diríamos, hoje, não qualquer "variedade linguistica", mas aquela empregada pelos poetas, oradores e historiadores, cujos textos serviam, na escola do grammatius e do rhetor, para o aprendizado da língua "culta". Noutros termos, trata-se de empregar um determinado "uso linguístico" (consuetudo sermonis), estabelecido por aquilo que o autor qualifica de "consenso dos instruidos" (consensus eruditorum) e equipara ao "consenso dos bons" (consensus bonorum). Este trabalho procurara discutir, sumariamente, as possíveis implicações da adoção de um "padrão linguistico" num texto em que se descreve, principalmente, o sistema da antiga ars rhetorica. Quintiliano, (b) contrapo-lo a moderna discussão sobre o tema da normatividade, bem como (c) investigar em que medida visões atuais desse tema são validas para uma interpretação daquele momento especifico da história do pensamento sobre a linguagem.
ln Chapter VI of the first book of his Institutio oratoria ( "The education of an orator" ), Quintilian (Marcus Fabius Quintilia nus, ca. 30-96 A.D.) makes observations on the language to be em ployed by the orator whose education is proposed in his work, which had indeed already been defined. The author defends something like what we would call today not any "linguistic variety", but the one used by poets, orators and historians, who served, in the grammati cus ' and the rhetor s school, for the piu pose of learning "cultivated" language. ln other words, the orator should employ certain "linguistic usage" (consuetudo sermonis) identified with what Quintilian calls the "consensus of the cultivated" (consensus eruditorum), but also with the "consensus of the good" (consensus bonorum). This text will at tempt to consider briefly some implications of the adoption of a "lin guistic pattem " in a text that serves mainly to describe the ancient ars rhetorica, aiming at (a) situating properl y Quintilian 's work, ( b) set ting it against the modem debate 011 the subject of normativism, as well as ( e) investigating how much the present debate is valid to refer to that specijic moment in the history of "linguistic" thought.
No capítulo VI do primeiro livro de sua institutio oratória (" A educação oratoria"), Quintiliano (Marcos Fabius Quintilianus, ca 30-96 d.C.) tece considerações a respeito da lingua a ser empregada pelo orador cuja formação propõe no tratado - já definida , na realiade, bem antes da passagem em questão - defendendo o que diríamos, hoje, não qualquer "variedade linguistica", mas aquela empregada pelos poetas, oradores e historiadores, cujos textos serviam, na escola do grammatius e do rhetor, para o aprendizado da língua "culta". Noutros termos, trata-se de empregar um determinado "uso linguístico" (consuetudo sermonis), estabelecido por aquilo que o autor qualifica de "consenso dos instruidos" (consensus eruditorum) e equipara ao "consenso dos bons" (consensus bonorum). Este trabalho procurara discutir, sumariamente, as possíveis implicações da adoção de um "padrão linguistico" num texto em que se descreve, principalmente, o sistema da antiga ars rhetorica. Quintiliano, (b) contrapo-lo a moderna discussão sobre o tema da normatividade, bem como (c) investigar em que medida visões atuais desse tema são validas para uma interpretação daquele momento especifico da história do pensamento sobre a linguagem.