Este artigo apresenta análises de narrativas do jornal Folha da Manhã (1936/1946) sobre o conflito Israel/Palestina. As discussões que o move gravitam em torno das relações de poder inscritas no conflito, buscando entender os modos que as narrativas jornalísticas encenam as lutas por hegemonias, dando a ver o processo de produção de sentidos no território palestino. Na medida em que o significante terrorismo, nestas narrativas do início do século XX, desliza e se cola nos sujeitos que interessam ao poder, o que se nota é a participação efetiva do jornalismo em processos nos quais estão imbricados as práticas e os gestos políticos, culturais e discursivos de inclusão e exclusão de sujeitos. Desse modo, ao entender o jornalismo como uma prática cultural discursiva, este artigo também se propõe a refletir sobre os modos de produção daquilo que se entende como acontecimento jornalístico.