O presente artigo questiona o constitucionalismo crononormativo que, ao se caracterizar por uma temporalidade linear, homogênea, abstrata e direcional, nega o reconhecimento de ritmos sociais distintos do padrão hegemônico do presente. Valendo-se da metodologia do direito através da literatura, em especial das intuições presentes na obra de Roque Larraquy, o texto faz uma reflexão interdisciplinar das categorias de presença/ausência, tempo e narrativa. Ao final, propõe-se um constitucionalismo espectral fundado na perda como constitutiva da modernidade, na simultaneidade dos tempos não-simultâneos e no poder narrativo das experiências sociais invisibilizadas.
This article questions the chronormative constitutionalism that, when characterized by a linear, homogeneous, abstract and directional temporality, denies the recognition of social rhythms distinct from the hegemonic pattern of the present. Using the methodology of law through literature, especially the intuitions mentioned in Roque Larraquy’s work, the text makes an interdisciplinary reflection of the categories of presence/absence, time and narrative. Finally, we propose a spectral constitutionalism based on the loss as constitutive of modernity, the simultaneity of non-simultaneous times and the narrative power of invisibilized social experiences