O presente trabalho visa a analisar o percurso etnográfico da obra de Jean Rouch, baseado nas concepções de cine-transe e a antropologia partilhada, partindo de uma das suas primeiras obras, La circoncision (1949) e de comentários do próprio autor. Tendo em vista a ampliação das fronteiras de investigação, tanto de uma perspectiva reflexiva que se vale do corpo como instrumento heurístico, quanto do relacionamento com a alteridade, em que se revela uma postura dialógica, a discussão aqui apresentada enfatiza a transição e a disposição destes elementos na obra do cineasta antropólogo, evidenciando os traços e contextos que os provocam, como a incorporação da participação nativa na mise en scène e o feedback do material filmado.
This study aims to analyze the route of ethnographic work of Jean Rouch, based on the concepts of shared anthropology and cine trance, starting with an early work of the author, La circoncision (1949) and reviews of the latter. With a view to expanding the frontiers of research, both from a reflective perspective that draws on the body as heuristic tool, as the relationship with otherness, in which reveals a dialogical approach, the discussion presented here emphasizes the transition and disposition of these elements in the work of the anthropologist filmmaker, showing the traits and con-texts that cause, as the incorporation of native participation in the mise en scène and feedback footage.