O corpo oculto inscrito no espaço: modos de presença em Chantal Akerman

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ISSN: 19840071
Editor Chefe: Dra. Vera Lúcia Nojima
Início Publicação: 22/06/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Multidisciplinar

O corpo oculto inscrito no espaço: modos de presença em Chantal Akerman

Ano: 2020 | Volume: 9 | Número: 1
Autores: Natália Lago Adams
Autor Correspondente: Natália Lago Adams | [email protected]

Palavras-chave: chantal akerman, cinema de corpo, hotel monterey, là-bas, cinema of the body, hotel monterey, là-bas

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Ao passo em que o cinema moderno viu emergir o dito cinema de corpo, ele também se fez território para filmes de presença oculta. Partindo deste pressuposto, o artigo observa elementos estéticos e narrativos que inserem o corpo no espaço cinematográfico sem, no entanto, estar fisicamente visível, de modo que ele não se faz presente, tampouco ausente. Para tal, são analisadas duas obras experimentais de Chantal Akerman –Hotel Monterey(1972) e Là-bas(2006) –à medida em que se tratam de autobiografias que, curiosamente, não recorrem à imagem de si. Na primeira película, a inscrição física de Akerman está no olhar mediado pela câmera-atriz, pois, além do próprio ocultamento do corpo explícito há, ainda, o da voz. Na segunda, por sua vez, o som –voz e ruídos das atividades da cineasta –é o responsável por sua presença diante do espaço apresentado. O objetivo do estudoé verificar a hipótese que este modo de representação do corpo inaugura uma relativamente nova tipologia de narrativa fílmica, a qual deixa de ser orientada pela ação do corpo para dar lugar à observação reflexiva.



Resumo Inglês:

While the modern cinema staged the emergence of a so-called cinema of the body, it also served as a territory for movies in which the physical presence is hidden. Stemming from this assumption, this paper observes the aesthetical and narrative elements that insert the body in the diegetic space without, however, being physically visible, in such a way that the body is neither present nor absent. The study analyzes two experimental features directed by Chantal Akerman –Hotel Monterey(1972) and Là-bas(2006)–, as they curiously are self-biographies that do not appeal to the self-image. In the first film, the physical inscription of Akerman resides in the glance mediated by the actress-camera: besides the occultation of the hidden body, there is, still, the lack of voice and sound. The second feature, for its turn, finds in sound –voice and noises from the filmmaker’s activities –the responsibility for the presence in the face of the presented space. The research aims to verify the hypothesis that this mode of representation of the body unveils a relatively new type of film narrative, which puts aside the action in order to be orientated by the reflexive observation.