Este artigo deriva da minha pesquisa de mestrado onde investiguei as estratégias de invenção da atriz Helena Ignez em alguns filmes do Cinema Marginal brasileiro. Lançar um olhar sobre o corpo poético da atriz no filme A mulher de todos (1969), onde interpreta Angela Carne e Osso, é tentar compreender os caminhos percorridos por Helena Ignez em sua elaboração de uma interpretação autoral. Da parceria da atriz com o diretor do filme e seu marido Rogério Sganzerla, surgiu Angela Carne e Osso, uma personagem transgressora, original e que se tornou um marco na interpretação do Cinema Brasileiro pelas rupturas e avanços que traz na representação da mulher. Este artigo reflete sobre o papel da performance nas inovações que a atriz apresenta.