O presente artigo tem por objetivo analisar como a sociedade brasileira das últimas décadas do século XIX foi retratada na obra “O Cortiço” de Aluísio Azevedo, relacionando a ficção com o momento histórico em que estava inserida na época que foi escrita (entre 1885 e 1890), final do segundo Império no Brasil e começo da República. Levantando reflexões a respeito da descrição feita pelo autor das mais diversas cenas e ‘tipos sociais’ da vida carioca que ele trouxe para o romance, configurando-o como um “retrato” da realidade daquele momento, o que confirma seu caráter naturalista, no qual o autor é um “cientista social” e ao mesmo tempo um “historiador do presente”. Ainda, em uma leitura atual, como a obra continua muito importante por expor mazelas que até o momento, mesmo passados 127 anos desde a sua publicação, ainda não foram sanadas em nosso país. Para tanto, aqui abordaremos como a obra retrata a sociedade da época, a linguagem usada pelo autor, a importância da questão espacial no romance e sob que ponto de vista foi escrito. Também porque a obra continua atual em alguns aspectos e como ela serve para entendermos melhor a sociedade da época em que foi publicada e consequentemente a nossa.