O CRIOULO DA GUINÉ-BISSAU É UMA LÍNGUA DE BASE PORTUGUESA? EMBATE SOBRE OS CONCEITOS

Revista de Letras Juçara

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ISSN: 2527-1024
Editor Chefe: Emanoel Cesar Pires de Assis; Solange Santana Guimarães Morais
Início Publicação: 11/05/2017
Periodicidade: Semestral

O CRIOULO DA GUINÉ-BISSAU É UMA LÍNGUA DE BASE PORTUGUESA? EMBATE SOBRE OS CONCEITOS

Ano: 2018 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: Alexandre António Timbane, Catia Manuel
Autor Correspondente: Alexandre António Timbane | [email protected]

Palavras-chave: Crioulos. Base portuguesa. Guiné-Bissau.Pidgin.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A   questão   terminológica   do   termo   pidgin   surgiu   pela  primeira   vezem   1850 (TARALLO,ALKMIM, 1987) para se referir a uma língua que surgiu da mistura entre o chinês e o inglês. Do pidgin surgiu o crioulo, uma língua natural que se formou em situações de contato linguístico(HLIBOWICKA-WĘGLAR,  2007).    Os    crioulos    se    formaram    em    espaços estrategicamente  dominados  por  exploradores  europeus.  Na Guiné-Bissau se  formou  crioulo que  é uma  língua  não  oficial  embora  fosse  uma  língua  franca  ou  veicular  para  a  maioria  dos guineenses(COUTO,  2002).  Neste  trabalho tenta-se questionar  se  o  crioulo  da  Guiné-Bissau possui uma base portuguesa. Nesta pesquisa discute-se os conceitos de “base de uma língua” e  os  conceitos  de “crioulo”e “pidgin”. Utilizando  o  método  comparativo  a  pesquisa  reflete a questão “base portuguesa” comparando com línguas africanas. Utilizando também o  método bibliográfico se conclui que o crioulo da Guiné-Bissau precisa ter nome. Os dados mostram que o  crioulo  da  Guiné-Bissau  possui  uma  base  de  línguas  bantu  tendo  emprestado  algum  léxico do  português.  Na  pesquisa concluiu-se que  o  léxico  é  o  mais  evidente  em  todas  as  línguas, mas  a  base  gramatical  procura  se  conservar. O  crioulo  é  uma  língua  africana  que  precisa  de ser  classificada  tal  como  as  outras  línguas,  havendo  necessidade  da  produção  de  livros, dicionários  e  gramáticas  que  descrevem  e  demonstram  as  especificidades  da  língua.  Seria necessário que ela seja oficializada para que seja língua de ensino não apenas nas escolas e universidades guineenses, mas também na vida da burocracia.



Resumo Inglês:

The  terminological  question  of  the  term  pidgin  first  appeared  in  1850  (TARALLO, ALKMIM,  1987)  to  refer  to  a  language  that  emerged  from  the  mixture  between  chinese  and english.  From  the  pidgin  came  the  creole,  a  natural  language  that  formed  in  situations  of linguistic  contact  (HLIBOWICKA-WĘGLAR, 2007). The creoles formed in spaces strategically dominated  by  european  explorers.  In  Guinea  Bissau  creole  was  formed  which  is  an  unofficial language  although it  was  a  lingua  franca  or a  vehicular language  for  the  majority  of  guineans (COUTO,2002).  In  this  paper  we  try  to  question  if  the  creole  of  Guinea-Bissau  has  a portuguese base. In this research the concepts of «base of a language» and the concepts of «creole»  and  «pidgin»  are  discussed.  Using  the  comparative  method  the  research  reflects the question «portuguese base» comparing with african languages. Using the bibliographical method, it is concluded that the creole of Guinea-Bissau must have a name. The data show that the  Guinea-Bissau  creole  has  a  bantu  language  base  and  has  borrowed  some  lexicon  from portuguese. In  the  research  it  was  concluded  that  the  lexicon  is  the  most  evident  in  all languages, but the grammatical basis seeks to preserve itself. creole is an african language that needs  to  be  classified  like  other  languages,and  there  is  a  need  for  the  production  of  books, dictionaries  and  grammars  that  describe  and  demonstrate  the  specificities  of  the  language.  It would need to be made official so that it is a language of instruction not only in guinean schools and universities, but also in the life of the bureaucracy.