Este artigo reflete sobre o conceito de cuidado. Parte do pressuposto de que o cuidado, considerado como ação de cuidar não é um bom conceito, pois além de manifestar seu acordo com o paradigma iluminista – donde se percebe uma centralidade do sujeito e um conhecimento derivado unicamente de sua intencionalidade –, também é limitado em sua abrangência. Partindo, portanto, da compreensão heideggeriana sobre a “cura†(Sorge), propõe um conceito de cuidado como modo-de-ser. Tal proposta manifesta a “fragilidade†do “sujeito pó-moderno†e justifica-se por três razões: 1) nem toda ação de cuidar revela o cuidado essencial; 2) é possÃvel que em determinados momentos omitir a ação cuidadosa demonstre o cuidado essencial; 3) é possÃvel, ainda, manifestar o cuidado essencial por meio da afetação.