O presente estudo objetiva circunscrever possÃveis contribuições da orientação profissional, pensada como estratégia clÃnica, na lida com o que, no âmbito da adolescência contemporânea, alguns psicanalistas têm denominado de desamparo. Tendo como pressuposto que as transformações vivenciadas por nossa sociedade, particularmente nas relações de e com o trabalho, inauguram novos modos de conviver e novas formas de subjetivação, analisam-se alguns de seus efeitos na configuração da adolescência, na relação jovem-adulto e na construção do futuro. Tal análise, articulada a resultados de pesquisas realizadas no campo da Psicologia Vocacional, embora aponte dificuldades quanto à transição para a vida adulta – dada a condição adolescente da própria ordem social – evidencia o potencial do processo de orientação como ferramenta auxiliar para a superação do sentimento de fragilidade psÃquica e de desamparo. Superação esta possÃvel, na medida em que a orientação profissional aqui afirmada, dentre outros aspectos, visa a favorecer a mudança na posição subjetiva; ou seja, no modo como o adolescente pode vir a reconhecer-se como sujeito de suas escolhas. Para tanto, entende-se que, conjuntamente à tarefa da escolha, cabe auxiliá-lo no, cada vez mais difÃcil, trabalho de tornar-se “gente grandeâ€.