O despertar da adolescência, o suicídio juvenil e as atuais políticas de morte: questões para o campo da educação

Revista Tempo Psicanalítico

Endereço:
Rua Visconde de Pirajá, 156 - sala 307/310 - Ipanema
Rio de Janeiro / RJ
22410-001
Site: https://www.facebook.com/spid.rj/
Telefone: (21) 9766-6055
ISSN: 2316-6576
Editor Chefe: Pedro Sobrino Laureano
Início Publicação: 27/05/1995
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

O despertar da adolescência, o suicídio juvenil e as atuais políticas de morte: questões para o campo da educação

Ano: 2020 | Volume: 52 | Número: 2
Autores: R. Gurski, S. Strzykalski, C. M. Perrone
Autor Correspondente: R. Gurski | [email protected]

Palavras-chave: adolescência; psicanálise; educação; suicídio; políticas de morte.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, partimos da noção de que a complexidade dos aspectos clínicos e educacionais apresentada pela adolescência contemporânea evoca questões de ordem ético-política, social e individual. Renovando a aposta na torção irredutível entre o social e o psíquico e, concomitantemente, recusando explicações simplistas de causas puramente orgânicas, buscamos problematizar o aumento preocupante do mal-estar juvenil de nosso tempo, revelado por crescentes índices de depressão e suicídio de jovens brasileiros. De que forma os adolescentes têm vivenciado a mais delicada das passagens subjetivas em meio às configurações do laço atual? O que tais manifestações sintomáticas tem a nos dizer sobre as condições de nosso tempo histórico? O que não vai bem com essa turma que, tantas vezes, insiste em nos perguntar “tá ligado”? Quais interlocuções podem ser pensadas entre a problemática social e o campo da educação? Essas e outras questões foram desdobradas a partir de uma retomada do tema da adolescência na perspectiva psicanalítica. Na sequência, foi analisado um episódio de nossa história recente que, de modo complexo, articula temas como violência, laço social, suicídio, adolescência e ambiente escolar: o Massacre de Suzano. Por fim, recolhendo algumas falas de expoentes políticos de nossa sociedade, buscamos refletir sobre os efeitos psíquicos de uma adolescência vivida em meio à propagação de discursos de ódio assentados em políticas de morte.



Resumo Inglês:

In this article, we start from the notion that the complexity of clinical and educational aspects presented by contemporary adolescence evokes ethical, political, social and individual issues. Renewing the bet on the irreducible twist between the social and the psychic and, at the same time, refusing  simplistic explanations of purely organic causes, we seek to problematize the worrying increase in the youth malaise of our time, revealed by increasing rates of depression and suicide among young Brazilians. How have teenagers experienced the most delicate of subjective passages in the midst of the  configurations of the current bond? What do such symptomatic manifestations have to say to us about the conditions of our historical time? What does not go well with this group that, so often, insists on asking us “you know?”. What interlocutions can be thought about between this social problem and the  field of education? These and other questions were developed from a return to the theme of adolescence from a psychoanalytic perspective. Then, an episode from our recent history was analyzed, which, in a complex way, articulates themes such as violence, social ties, suicide, adolescence and school  environment: the Suzano Massacre. Finally, gathering some speeches by political exponents of our society, we seek to reflect on the psychic effects of an adolescence lived in the midst of the spread of hate speech based on death policies.