A Lei nº 11.645, sancionada em 2008, impõe a obrigatoriedade do ensino das culturas afrobrasileira e indígena nas escolas, com o objetivo de familiarizar os estudantes com essas tradições, incentivando o respeito e o estudo. Contudo, sua relevância vai além do ensino fundamental e médio, sendo uma fonte valiosa para pesquisadores que desejam explorar essas sociedades. A pesquisa em arquivos, amparada por essa legislação, oferece uma vasta gama de materiais que permitem compreender melhor a origem e as motivações da lei, bem como aprofundar o estudo das culturas abordadas. Apesar desse potencial, a implementação nas escolas muitas vezes enfrenta dificuldades e, quando acontece, tende a se restringir a conteúdos superficiais e genéricos, geralmente apresentados apenas em datas comemorativas. Isso demonstra, em muitos casos, um cumprimento formal, sem a profundidade exigida pela lei. No presente estudo, com o propósito de enriquecer as pesquisas e explorar a cultura e história indígena, investiga-se um periódico de 1818 que narra a conquista do Rio Pardo e o extermínio dos povos indígenas. A partir desse documento, será conduzido um estudo arquegenealógico para contribuir com uma compreensão mais aprofundada da cultura indígena, em consonância com as diretrizes estabelecidas pela legislação.