O artigo aborda, com fundamento em pesquisas, a questão do papel da gramática no ensino de línguas. São apresentados dados de um estudo realizado em um curso de Letras de uma universidade pública, cujo objetivo foi identificar as representações sobre a instrução gramatical no ensino de língua estrangeira (italiano) construídas por alunos-professores, em início de docência. A análise dos dados revelou que os licenciandos situam a gramática como centro do processo de ensinar línguas, e que tal postura pode se justificar por duas razões: a insegurança quanto à própria proficiência oral na língua estrangeira e o fato de estabelecerem uma correspondência direta entre ‘língua’ e ‘conjunto de regras gramaticais’. O estudo revela, ainda, a necessidade propiciar, durante a formação inicial, estratégias efetivas para diminuir o descompasso entre as produções acadêmicas recentes sobre o tema e as práticas docentes em salas de aula de línguas estrangeiras no Brasil.