Com o desenvolvimento das pesquisas em psicologia, educação e, em geral, no campo das ciências sociais ao longo do século XX, houve um melhor conhecimento do mundo das crianças, das formas como concebem a realidade que as cerca e das características de seu pensamento. Assim, do ponto de vista social, publicações recentes mostram a importância da educação infantil no desempenho futuro (escolaridade) das crianças e seus consequentes resultados no mercado de trabalho. Esses estudos também destacam os benefícios associados às mães e à sociedade como um todo. Do ponto de vista neuropsicológico, é claro que o cérebro de uma criança requer experiências de qualidade para se desenvolver plenamente. O cérebro da criança passa por períodos fundamentais; Habilidades cognitivas, como linguagem, símbolos e a noção de quantidade relativa, desenvolvem-se do nascimento aos quatro anos de idade com maior intensidade, representando nesses anos um marco importante em termos de oportunidades de aprendizagem, por meio de intervenção precoce e efetiva. Isso implica que os profissionais da educação devem, necessariamente, observar, avaliar e melhorar o processo de ensino, mas também requer que compreendam o fenômeno neuropsicológico da aprendizagem, identificando os elementos que favorecem seu desenvolvimento. Esses achados, aliados à contribuição de pesquisas em diversas áreas do conhecimento, como a Didática da Matemática, têm mostrado como o período etário que corresponde à educação infantil acaba sendo crucial para conquistas posteriores. Portanto, aceita-se que qualquer mudança que envolva o desenvolvimento do pensamento e dos modos de agir dos alunos deve começar a ser estabelecida com as crianças da Educação Infantil, pois só assim se pode evitar contaminá-la com formas clássicas de trabalho que depois se tornam barreiras para assimilar o novo, que são muito difíceis de eliminar.