A partir da importância do conceito psicanalítico de “trauma” para a cultura desde o início do século XX, este artigo busca compreender como esse conceito aparece na obra de Baudelaire, obra fundamental para a compreensão da modernidade que, segundo Walter Benjamin, estaria marcada pela “vivência do choque”. Neste sentido, Benjamim pensa a poesia de Baudelaire como uma poesia que teria incorporado na sua própria estrutura a noção de choque. Ao passar pela relação ambígua do poeta com a multidão, Benjamin nos sugere uma relação ambígua de Baudelaire com a própria modernidade, deslocando a sua poesia dos lugares tradicionais.
From the importance of psychoanalytic concept of trauma for culture from the early twentieth century, this article seeks to understand how this concept appears in the work of Baudelaire, fundamental for understanding the modernity, time which, according to Benjamin, was marked by the “shock experience”. In this sense, Benjamin thinks Baudelaire's poetry as a poetry that would have incorporated in its own structure the notion of the shock. As he passed by the ambiguous relationship of the poet with the crowd, Benjamin suggests an ambiguous relationship between Baudelaire and the modernity itself, shifting his poetry of its traditional places.