O espaço rizomático de Vasto Mar de Sargaços

BABEL: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras

Endereço:
Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Linguística, Letras e Artes - Campus II - Rodovia Alagoinhas - Salvador - BR 110
Alagoinhas / BA
Site: https://revistas.uneb.br/index.php/babel
Telefone: (75) 3422-2321
ISSN: 2238-5754
Editor Chefe: Marcos Antonio Maia Vilela
Início Publicação: 01/12/2011
Periodicidade: Semestral

O espaço rizomático de Vasto Mar de Sargaços

Ano: 2014 | Volume: 4 | Número: 2
Autores: Viviane de Freitas
Autor Correspondente: Viviane de Freitas | [email protected]

Palavras-chave: Espaço rizomático, Espacialização da história, Polifonia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho faz uma abordagem da cartografia rizomática de Vasto Mar de Sargaços da escritora caribenha Jean Rhys, a partir da sua estrutura marcadamente polifônica, definida não só pelo jogo intertextual que estabelece com o romance Jane Eyre de Charlotte Brontë, mas pela sua estrutura narrativa.O capítulo explora as formas pelas quais a topografia ficcional é construída através da inter-relação entre o tempo-espaço de Jane Eyre e o tempo-espaço de Vasto Mar de Sargaços, e definida pela pluralidade de vozes e discursos que se justapõem, e se contrapõem na narrativa do romance caribenho. O trabalho  examina a maneira como a “espacialização da história” da personagem Bertha Mason em Vasto Mar de Sargaços, permite uma releitura da visão colonial endossada pelo texto de Charlote Brontë. Vasto Mar de Sargaços revela a alteridade que foi suprimida no romance Jane Eyre, ao trazer à tona a espacialidade caribenha enquanto dimensão da experiência humana. É essa dimensão espacial, feita da matéria própria da vida, que, no entanto, sempre escapa à representação, que Rhys explora em sua ficção. A história espacial desafia as imaginações míticas do objeto da história imperial, legitimada por um discurso lógico,coerente. Em contraste com a visibilidade da história imperial, está a invisibilidade do objeto da história espacial, a dimensão do vivido e experimentado, uma história composta por traços, vestígios de espaços. A história espacial começa e termina na linguagem, pois através da linguagem o espaço é simbolicamente transformado em um espaço com uma história.



Resumo Inglês:

This work is an approach to the rhizomatic cartography of Wide Sargasso Sea by Caribbean writer Jean Rhys from its markedly polyphonic structure, defined not only by the dialogic exchanges with the novel Jane Eyre by Charlotte Brontë, but also for its narrative structure. The work explores the ways in whichthe fictional topography is constructed through the interrelation ship between the time-space of Jane Eyreand the time-space of Wide Sargasso Sea, and defined by the plurality of voices and discourses that overlap, contradict one another in the narrative of the Caribbean novel. The work examines the ways inwhich the "spatial history" of the character Bertha Mason in Wide Sargasso Sea allows a rereading of the colonial vision endorsed by Charlotte Brontë’s novel. Wide Sargasso Sea reveals the otherness that was suppressed in the novel Jane Eyre, by bringing to the fore the Caribbean spatiality as a dimension of human experience. It is this spatial dimension, taken from life material itself, which, however, always escapes representation, that Rhys explores in her fiction. The spatial history challenges the mythical imaginations of the imperial history object, legitimized by a logical, coherent speech. In contrast to the visibility of imperial history, is the invisibility of the object of spatial history, the dimension of what is lived and experienced, astory made up by tracks, traces of spaces. The spatial history begins and ends in the language, because through language space is symbolically transformed into a space with a history.