O estatuto político do mal e as implicações políticas da faculdade do pensamento na perspectiva de Hannah Arendt

Saberes Interdisciplinares

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ISSN: 19826532
Editor Chefe: Sílvio Firmo do Nascimento
Início Publicação: 31/12/2007
Periodicidade: Semestral

O estatuto político do mal e as implicações políticas da faculdade do pensamento na perspectiva de Hannah Arendt

Ano: 2012 | Volume: 5 | Número: 9
Autores: Elivanda de Oliveira Silva
Autor Correspondente: E. O. Silva | [email protected]

Palavras-chave: Mal radical – Totalitarismo – Campos de concentração – Pensamento

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo tem como objetivo investigar o conceito de mal elucidado pela pensadora alemã Hannah Arendt (1906-1975). No final de Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt, tendo em mente os campos de concentração, mencionou a existência do mal radical que surgiu em relação a uma estrutura de dominação capaz de tornar o próprio homem supérfluo e de diluir no indivíduo a pessoa jurídica, moral e a sua identidade pessoal. Para Arendt, nada poderia ser mais cruel que a realidade do inferno na terra. Assim, enxergava os campos de concentração: a própria imagem do inferno, sem qualquer pretensão de justiça humana compreensível. O Totalitarismo se revelaria como mal sem precedentes, capaz de aniquilar a liberdade como possibilidade humana e política. A discussão levantada por Arendt sobre a natureza do mal ultrapassa a dimensão moral e religiosa, âmbito no qual o mal vinha sendo pensado e adquire um estatuto político, haja vista que o Totalitarismo e as atrocidades cometidas nos campos de extermínio revelaram-se insuficientes para relacionar o mal como uma questão de pecado, de transgressão à lei e/ou à moral. Partindo dessas considerações, a pergunta fundamental com a qual nos ocuparemos ao longo de nosso texto será: o pensamento
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pode evitar o mal?