O conceito de tolerância, embora fundamental para se abordar as diferenças culturais, especialmente as religiosas, não se mostra suficiente para o avanço efetivo do diálogo produtivo, podendo, inclusive, trazer sombreamento às situações de conflito, mascarando discriminações em nome de um discurso de convivência. Identificando um esvaziamento simbólico do conceito de tolerância, este artigo aponta para a necessidade de novos termos no relacionamento entre partes em conflito. Partimos para a noção de promoção da interculturalidade na forma de reconhecimento da alteridade, através da prática da “solidariedade útil”, que acaba por colocar os atores do conflito em parceria em nome da causa que os perpassa publicamente.
The concept of tolerance, although crucial to address the cultural differences, especially religious, does not seem sufficient for the effective progress of productive dialogue, and may even bring shading to situations of conflict, masking discrimination in the name of living speech . Identifying a symbolic emptying of the concept of tolerance, this article points to the need for new terms in the relationship between conflicting parties. We left for the idea of promoting interculturalism in the form of recognition of otherness, through the "useful solidarity" practice, which ultimately put the conflict actors in partnership on behalf of the cause that permeates publicly.