O artigo analisa os elementos instituintes das imagens de si de repórteres de televisão da Rede Globo, maior emissora do Brasil. A partir do conceito de ethos discursivo, discutimos como o discurso autorreferente afirma a identidade do jornalista e certos efeitos de verdade a respeito da reportagem. Por meio da análise do discurso de cinco entrevistas de repórteres da Rede Globo concedidas à também jornalista Fátima Bernardes, propomos que o ethos do repórter constrói-se em três dimensões: os atributos do “bom jornalista”, as características do “bom repórter” e as particularidades de pertencimento ao campo jornalístico. Como articuladores do ethos, os valores morais e os aspectos relacionados às rotinas profissionais convocam a audiência a se conectar com certas definições sobre o jornalismo.