Em 2005, o Movimiento al Socialismo (MAS) obteve vitória nas eleições presidenciais da Bolívia, elegendo seu candidato, Evo Morales, e impulsionando uma nova agenda política e econômica alternativa às medidas neoliberais em vigência até o momento. Essa agenda, assim como em diversos países na América do Sul, possuía um caráter social desenvolvimentista bastante peculiar: centrado na extração e na utilização estratégica dos recursos naturais de modo a promover políticas sociais e alavancar outros setores econômicos. Argumenta-se que no início do século XXI houve a ascensão de um novo paradigma político e econômico quando diversos países na América do Sul empregaram o modelo que alguns autores denominaram “neoextrativista” para promover agendas sociais desenvolvimentistas. A política econômica do MAS na Bolívia constitui um arquétipo desse modelo e, portanto, busca-se, a partir da caracterização formulada por Eduardo Gudynas acerca do paradigma neoextrativista, analisar os pilares da estratégia de desenvolvimento boliviana no contexto atual.