O falar de Si e o falar do Outro no cinema brasileiro: Cinco vezes favela e 5x favela, agora por nós mesmos

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Editor Chefe: Comissão Editorial
Início Publicação: 31/12/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

O falar de Si e o falar do Outro no cinema brasileiro: Cinco vezes favela e 5x favela, agora por nós mesmos

Ano: 2016 | Volume: 1 | Número: 9
Autores: Adriana Kerchner da Silva
Autor Correspondente: A. K. Silva | [email protected]

Palavras-chave: cinema brasileiro, Cinco vezes favela, 5x favela, representação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, é feita uma breve análise de dois filmes brasileiros, Cinco vezes favela (1962) e 5x favela – agora por nós mesmos (2010). Apesar de terem propostas similares – retratar as favelas do Rio de Janeiro e suas problemáticas –, os filmes operam de maneiras muito distintas na forma de representação. A hipótese é a de que isso ocorre porque os filmes têm realizadores de classes sociais diferentes e essa diferença implica em fazerem um filme sobre si ou sobre outros. Em 1962, cinco cineastas de classe média engajados com um projeto político de esquerda; em 2010, cinco diretores do próprio meio social representado no filme. O artigo também levanta alguns pontos da discussão sobre o lugar do intelectual em relação à arte popular e ao povo para quem essa arte se dirige. Para comparação direta, são escolhidos dois episódios, Pedreira de São Diogo e Arroz com feijão, dos filmes de 1962 e 2010, respectivamente, pois ambos trazem crítica e denúncia social, mas com teores bastante diversos de engajamento e didatismo.



Resumo Inglês:

This article presents a brief analysis of two Brazilian movies, Cinco Vezes Favela (1962) and 5x favela, agora por nós mesmos (2010). Even though they both have similar aims, such as portraying the slums of Rio de Janeiro and its problems, the films operate in very distinctive ways on the form of representation. The hypothesis is that because the movies have different directors pertaining to different social classes, each group of directors are either making a movie about themselves or about others. In 1962, five middle class directors were engaged in a left-wing political project; in 2010 five directors from the slums made a film about their own social environment. In addition, this article discusses the intellectual’s role related to popular art and to the people to whom that art is directed. For a direct comparison, two episodes are chosen, Pedreira de São Diogo and Arroz com Feijão, from the 1962 and 2010 films respectively, because both contain social denouncement and criticism, but carry very distinct proportions of engagement and didacticism.