Este artigo trata da análise das diretrizes oficiais produzidas em convenções, encontros e seminários temáticos que versam sobre a valorização e o apoio às culturas populares na América Latina entre 2000 e 2017. Para a realização desse estudo examinou-se documentos oficiais relativos às temáticas da diversidade cultural e da cultura popular, produzidos pela Unesco e, a Carta Sul-Americana de Culturas Populares. Em seguida, realizou-se levantamento e catalogação de jogos, lutas, danças, cantos etc., tipificadas como culturas populares na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Guatemala, México, Peru, Uruguai e Venezuela. Com base nesses dados e análise de conteúdo, problematizou-se acerca da relação entre as diretrizes oficiais, os patrimônios culturais nacionais e os processos de formação profissional com valorização das manifestações culturais populares. Como resultado destaca-se que, apesar de as diretrizes oficiais de proteção e defesa de culturas populares se constituírem como conquistas de movimentos que lutam em defesa dessas expressões, do ponto de vista operacional, isso não se efetiva. Além disso, identificou-se que as diretrizes oficiais são ineficazes diante dos contextos de invisibilização dessas práticas nos currículos de formação profissional e, da ausência de políticas públicas que assegurem paridade na proteção e no reconhecimento dessas expressões.