Neste artigo analisa-se, sob a visão de teóricos da literatura fantástica como Fernandes (1992), Todorov (2003), Hansen (1986), Laboissière (1989), Sartre (1968), recursos estilísticos empregados pelo ficcionista José J. Veiga para burlar a censura à liberdade de expressão, oficializada no Brasil das décadas de 1960 e 1970 do século XX e denunciar injustiças sociais causadas pelo regime de ditadura militar. Por meio de alegorias, Veiga metaforiza, numa cidade imaginária, acontecimentos extraordinários que simbolizam os desmandos e as repressões à sociedade da época. Busca-se com isso mostrar o valor não apenas artístico da literatura, mas também valor do compromisso que o artista tem com seu povo e sua história: utilizando as armas de que dispõe, cumpre o seu papel social.