O (f)ato clínico como ferramenta metodológica para a pesquisa clínica em psicanálise

Revista Tempo Psicanalítico

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ISSN: 2316-6576
Editor Chefe: Pedro Sobrino Laureano
Início Publicação: 27/05/1995
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

O (f)ato clínico como ferramenta metodológica para a pesquisa clínica em psicanálise

Ano: 2020 | Volume: 52 | Número: 2
Autores: R. T. Wieczorek, C. H. Kessler, C. I. L. Dunker
Autor Correspondente: R. T. Wieczorek | [email protected]

Palavras-chave: Psicanálise; Clínica; Metodologia; Pesquisa clínica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo tem origem no amplo campo da relação da psicanálise com a universidade. A partir do reconhecimento que essa relação é marcada por impasses, mas também por potencialidades, restringimos o foco da nossa pesquisa para as possibilidades de pesquisa clínica em psicanálise. Após trabalhar com textos de Freud e Lacan, fizemos um levantamento de algumas metodologias utilizadas para o registro clínico em psicanálise. Assim chegamos ao nosso enfoque na investigação, o fato clínico. Decidimos delimitá-la por sua potencialidade teórica e de formação na psicanálise. Chama a atenção a relativa escassez de publicações a esse respeito. Finalmente destacamos o modo de fazer operar a clínica com a teoria. Sublinhamos os conceitos de ato psicanalítico, ato teórico e ficção, como operadores a partir do real que é a clínica, como suportes privilegiados para forjar os conceitos. A partir da clínica, podemos escrever fazendo contorno no real, construir um caso e propor um fato clínico. Consideramos que são essas ferramentas teóricas que permitem que operemos no campo abstrato, trabalhando hipóteses para tocar o que é de certa forma inacessível na clínica e assim e podermos colher os efeitos da psicanálise, viabilizando por esta via a pesquisa no campo.



Resumo Inglês:

This article originates in the broad field of the relationship of psychoanalysis with the university. From the recognition that this relationship is marked by impasses, but also by potentialities, we narrow the focus of our research to the possibilities of clinical research in psychoanalysis. After working with texts  by Freud and Lacan, we surveyed some methodologies used for the clinical record in psychoanalysis. Thus we come to our focus on research, the clinical fact. We decided to delimit it by its theoretical potential and formation in psychoanalysis. The relative scarcity of publications in this regard  draws attention. Finally we highlight how to operate the clinic with theory. We underline how the concepts of psychoanalytic act, theoretical act and fiction, as operators from the real derived from the clinic, as privileged supports to forge the concepts. From the clinic, we can write around the real, build a  case and propose a clinical fact. We consider that it is these theoretical tools that allow us to operate in the abstract field, working hypotheses to touch what is somewhat inaccessible in the clinic and thus we can reap the effects of psychoanalysis, thereby enabling research in the field.