No Brasil Império, a dinâmica da vida urbana era garantida, em sua maior parte, pelo trabalho dos negros escravizados. Exercendo atividades que iam desde o transporte de pessoas e cargas até a manutenção de um buliçoso comércio ambulante, eles movimentavam as engrenagens da economia citadina. Por conta das especificidades do seu trabalho nas ruas, não havia entre eles a figura do feitor típico das plantagens – fazendo com que eles desfrutassem de uma liberdade de movimento jamais alcançada pelos cativos das áreas rurais. Porém, isso não significa que vivessem sem nenhum tipo de restrição, pois, nas cidades, os feitores eram substituídos por aparatos de vigilância vinculados ao Estado. Tendo como recorte espaço-temporal o Recife do século XIX (1830-1850) e baseado em documentos manuscritos e impressos e em uma bibliografia pertinente ao tema, este artigo analisa as especificidades do trabalho escravo e a eficiência da polícia no tocante ao controle dos escravizados.
In Empire Brazil, the dynamics of urban life were sustained by the work of blacks forced into slavery. Their activities ranged from transporting people and cargo to maintaining a busy street trade, driving the wheels of the city’s economy. Because of the specific nature of their work on the streets, they did not have the typical plantation foreman - so they enjoyed a freedom of movement that captives in rural areas never had. However, this does not mean that they lived without any kind of restriction since, in the cities, the overseers were replaced by surveillance apparatuses linked to the state. This article examines the specific features of slave labor and the efficiency of the police in controlling the enslaved in the 19th century (1830-1850), based on manuscript and printed documents and a bibliography pertinent to the subject.
En el Brasil imperial, la dinámica de la vida urbana estaba garantizada por el trabajo de los negros reducidos a la esclavitud. Llevando a cabo actividades que iban desde el transporte de personas y carga hasta el mantenimiento de un bullicioso vendedor ambulante, movieron los engranajes de la economía de la ciudad. Debido a las especificidades de su trabajo en las calles, no había entre ellos la figura típica del capataz de las plantaciones, lo que les hacía disfrutar de una libertad de movimiento nunca alcanzada por los cautivos en las zonas rurales. Sin embargo, esto no significa que vivieran sin ningún tipo de restricción, pues en las ciudades, los capataces fueron reemplazados por aparatos de vigilancia vinculados al Estado. A partir de documentos manuscritos e impresos y de una bibliografía pertinente al tema, este artículo analiza las especificidades del trabajo esclavo y la eficiencia de la policía en el control de las personas esclavizadas.