O filosofar budista de Nāgārjuna: a vacuidade como o caminho do meio entre o niilismo ontológico e o substancialismo ontológico

Revista Primordium

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ISSN: 25262106
Editor Chefe: Marcos César Seneda
Início Publicação: 31/01/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

O filosofar budista de Nāgārjuna: a vacuidade como o caminho do meio entre o niilismo ontológico e o substancialismo ontológico

Ano: 2018 | Volume: 3 | Número: 5
Autores: Matheus Saalfeld Bartz
Autor Correspondente: Matheus Saalfeld Bartz | [email protected]

Palavras-chave: Filosofia Budista; Nagarjuna; Vacuidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nāgārjuna pretende sintetizar os ensinamentos de Buda por meio da vacuidade (śūnyatā). A vacuidade é a tese que alega que nenhum ente possui uma essência. Dentre as diversas interpretações dessa tese destacam-se: 1) a interpretação niilista que entende a vacuidade como a inexistência dos entes e 2) a interpretação substancialista que entende a vacuidade como a essência da realidade. O propósito do artigo é mostrar como essas duas interpretações não estão de acordo com o pensamento de Nāgārjuna e como o autor realmente compreende a vacuidade no capítulo XXIV de sua obra magna Versos Fundamentais do Caminho do Meio (Mūlamadhyamaka-kārikā). Para tal finalidade são utilizadas, principalmente, as obras e traduções dos comentadores Jay Garfield, Giusseppe Ferraro e Leonardo Vieira. Como resultado, a investigação aponta que a vacuidade é ela própria vazia, existente em co-originação dependente e mera convenção humana.



Resumo Inglês:

Nāgārjuna intends to synthesize the teachings of Buddha through emptiness (śūnyatā). Emptiness is the thesis which claims no entity has an essence. Among the different interpretations of this thesis are: 1) the nihilistic interpretation that understands emptiness as the non-existence of entities and 2) the substantialist interpretation that understands emptiness as the essence of reality. The purpose of the article is to show how these two interpretations are not in accordance with the thought of Nāgārjuna and how the author really understands the emptiness in chapter XXIV of his masterpiece Fundamental Verses of the Middle Way (Mūlamadhyamaka-kārikā). To this end, it is used the works and translations of commentators Jay Garfield, Giusseppe Ferraro and Leonardo Vieira. As a result, research points out that emptiness is itself empty, existing in dependent co-origination and mere human convention.