Desde o surgimento das primeiras universidades, na Idade Média, a vida estudantil e o convívio acadêmico foram gerando costumes, usos e tradições próprios, que se foram acumulando ao longo dos séculos e formando um rico e variegado "folclore" universitário. Algumas dessas tradições podem ter caído em desuso, sendo abandonadas com o passar do tempo; outras, porém, perpetuaram-se até os nossos dias e arraigaram-se entre as práticas do ensino superior com a força quase de uma verdadeira instituição. Entre estas últimas poderíamos mencionar, como exemplo trivial e apodíctico, o hábito de tolerar, para o início de conferências, preleções, seminários e demais atividades universitárias, um atraso de até quinze minutos. Conhecido na Alemanha como "akademisches Viertel" e na Itália como"quarto d'ora academico", esse costume é tão comum que já se tornou praxe nas universidades européias - e mormente nas alemãs - que, ao ser anunciado algum evento acadêmico, seja informado ao público por meio das siglas "c.t." e "s.t." se o horário estabelecido é "cum tempore" ou "sine tempore"; na primeira hipótese, será observado o "quarto de hora acadêmico", ou seja, caso algum participante se atrase, terá o direito de ser esperado por até quinze minutos, sem que o evento seja iniciado em sua ausência; na segunda hipótese, o evento terá início pontualmente na hora marcada, sem observância do quarto de hora de tolerância, não se aguardando nenhum retardatário. Há quem diga que foi desse "quarto de hora acadêmico" que se originou a norma de fixar em quarenta e cinco minutos o tempo regular de uma aula, contado porém nos currículos escolares como uma hora/aula.