O presente artigo tem por objetivo central apresentar as técnicas do geoprocessamento como capazes de fortalecer a proteção territorial de espaços historicamente reconhecidos, desde em sentido cultural e mesmo na esfera jurídica. Para tanto, o georreferenciamento deve em suas técnicas observar a ideia de etno mapeamento como método capaz de observar tais territórios reconhecidos por meio de outra “matriz”. A hipótese defendida neste sentido é que, utilizando-se do marco teórico pretendido por Polli (2017), no qual o geoprocessamento é visto como técnica e o etno mapeamento é método, se consegue proteger a ligação e utilização de povos historicamente vulneráveis e que possuem formas diversas de vivência territorial, como é o caso das comunidades remanescentes de quilombo no estado de Minas Gerais. Assim, os resultados são o de preservação, planejamento e gestão especial, centrada no “sujeito” de tais espaços remanescentes de quilombo, em uma metodologia que reconhece tal identidade de resistência, e consegue abrir espaço para um geoprocessamento/georreferenciamento que irá situar sua atividade de acordo com o espaço físico proposto, e que apresenta seu imageamento com base nestas especificidades. Portanto, primeiro se analisará o conceito de comunidades quilombolas, para se analisar o conceito e etno mapeamento e sua metodologia para, por fim, estabelecer como técnicas de geoprocessamento podem formar um imageamento de resistência de tais comunidades.