O gesto fílmico como expressão coletiva da arte cinematográfica

Intexto

Endereço:
Rua Ramiro Barcelos, 2705 - Sala 519
Porto Alegre / RS
90035-007
Site: http://www.intexto.ufrgs.br
Telefone: (51) 3308-5116
ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

O gesto fílmico como expressão coletiva da arte cinematográfica

Ano: 2020 | Volume: 0 | Número: 48
Autores: Andréa C. Scansani
Autor Correspondente: Andréa C. Scansani | [email protected]

Palavras-chave: cinema, gesto, Vilém Flusser, Jean Renoir, Ingmar Bergman.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo tem por objetivo pensar a realização cinematográfica através da perspectiva coletiva de seus criadores. Na construção desse caminho, partimos da elaboração do que chamamos gesto fílmico como forma de traçar algumas características da natureza do cinema que consideramos relevantes. Esse percurso nos auxilia a desenvolver com maior propriedade as diversas relações entre os agentes presentes em uma filmagem, em que a conjugação de forças humanas e técnicas constitui o próprio ato cinematográfico. As bases teóricas para a concepção do gesto fílmico partem das reflexões de Vilém Flusser sobre o gesto e seguem junto a outros autores que se dedicaram a pensar as especificidades do cinema – como Ricciotto Canudo, Béla Balázs e, mais recentemente, Laura Mulvey–, e que, ao longo de suas obras, apostaram na riqueza semântica do termo como um instrumento de investigação das complexidades intrínsecas à arte cinematográfica. Para examinar a pertinência de nossas colocações, contamos com relatos de nomes importantes da história do cinema como Jean Renoir, Ingmar Bergman, Andrei Tarkovski e Sven Nykvist, que dedicaram parte de suas carreiras à reflexão sobre as particularidades de seu trabalho em equipe. Desse modo, exploramos o caráter coletivo da criação não como um modo de compartilhamento de autoria, mas como elemento fundador da expressão cinematográfica, em que as modulações entre os movimentos humanos e técnicos, entre corpos e máquinas são os pilares do gesto fílmico.



Resumo Inglês:

This article explores filmmaking through a collective perspective of its creators. To trace this path, we introduce the conception of what we call filmic gesture as a way of outlining some relevant attributes of the nature of cinema. This route helps us develop the relations between the agents present in a film, where the conjugation of human and technical forces constitutes the cinematographic act. Our theoretical basis on the filmic gesture is constructed from Vilém Flusser’s reflections on the term gesture along with other writers who have dedicated their thoughts to the specificities of cinema – like Ricciotto Canudo, Béla Balázs and, more recently, Laura Mulvey. These authors, throughout their works, bet on the semantic richness of the word as an instrument of investigation into the complexities of the art of cinema. In order to examine the pertinence of our proposition, we lean on some important names in the history of cinema such as Jean Renoir, Ingmar Bergman, Andrei Tarkovski and Sven Nykvist, who devoted part of their careers to think over the particularities of their work with their partners. In doing so, we explore the collective character of creation, not as a mode of sharing authorship, but as a founding element of the cinematographic expression, in which the modulations between human and technical moves, between bodies and machines are the cornerstones of the filmic gesture.