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ISSN: 1807-5726
Editor Chefe: Antonio P. P. Cyrino
Início Publicação: 31/07/1997
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

O "homem dos riscos" e o "homem lento" e a teorização sobre o risco epidemiológico em tempos de globalização

Ano: 2012 | Volume: 16 | Número: 40
Autores: G. Sevalho
Autor Correspondente: G. Sevalho | [email protected]

Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Tempo. Epidemiologia. Risco.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Utilizando o tempo como elemento de composição interdisciplinar, discute-se o conceito de risco epidemiológico reconhecendo-se o "homem dos riscos", criado pelo epidemiologista Naomar de Almeida-Filho, e o "homem lento", criado pelo geógrafo Milton Santos. A crítica de Jean-François Lyotard apontando a ciência como discurso que desconsidera a narrativa popular é usada na argumentação. O homem lento resiste à fragmentação das identidades imposta pela globalização, tecendo criativamente a solidariedade no lugar; o homem dos riscos será o da velocidade, da modernidade, impondo uma ordem padronizadora, individualista e competitiva. O risco epidemiológico é pensado na proximidade do território e do lugar, contrapondo-se a concretude do homem lento à artificialidade do discurso epidemiológico povoado pelo homem dos riscos. A Epistemologia do Sul de Boaventura de Sousa Santos, com suas sociologias das ausências e das emergências, toma por base esta perspectiva crítica, propondo uma prática científica politicamente comprometida com a justiça social, privilegiando o saber popular.



Resumo Inglês:

By using time as an interdisciplinary composition element, the concept of epidemiological risk is discussed, recognizing the "risk-taking man" created by the epidemiologist Naomar de Almeida-Filho and the "slow man" created by the geographer Milton Santos. Jean-François Lyotard's criticism of science as discourse that does not take popular narrative into account is used in the argument. The slow man resists fragmentation of identities imposed by globalization and creatively weaves solidarity in its place, while the risk-taking man represents speed and modernity, thereby imposing a standardizing, individualistic and competitive order. Epidemiological risk is envisaged in proximity to territories and places, and contrasts the slow man's concreteness with the artificiality of the epidemiological discourse of the risk-taking man. Boaventura de Sousa Santos's Southern Epistemology, with its sociologies of absences and emergencies, sustains this critical perspective and proposes scientific practice that is politically committed to social justice and prioritizes popular knowledge.



Resumo Espanhol:

Utilizando el tiempo en una composición interdisciplinaria, el concepto de riesgo epidemiológico es discutido en una comparación entre el "hombre de los riesgos" del epidemiólogo Naomar de Almeida-Filho y "el hombre lento" del geógrafo Milton Santos. La critica de Jean-François Lyotard acerca de la ciencia como discurso que desconsidera la narrativa popular es usada en la argumentación. El hombre lento resiste a la fragmentación de las identidads impuesta por la globalización, creando la solidariedad en el lugar, y el hombre de los riesgos es el de la velocidad, de la modernidad padronizadora, individualista y competitiva. El riesgo epidemiológico es pensado en la proximidad del territorio y del lugar, contraponiendo a concreción del hombre lento a la artificialidad del discurso epidemiológico habitado por el hombre de los riesgos. La Epistemologia del Sur de Boaventura de Sousa Santos, con sus sociologias de las ausencias y de las emergencias, sostiene esta perspectiva crítica, proponiendo una práctica científica políticamente comprometida con la justicia social, privilegiando el saber popular.