Proponho refl etir sobre a seguinte questão: o fenômeno migratório
e mais particularmente a “fi gura†do(s) imigrante(s) trazem em si uma centelha
subversiva que desafi a o paradigma da Soberania territorial. Para discutir essa
hipótese refi ro-me, num primeiro momento, à fi losofi a da muralha (lógica soberana-
nacional). Esta lógica diferencia negativamente o eu do outro, o cidadão nacional
do estrangeiro. Num segundo momento exponho certas bases conceituais de
uma lógica/fi losofi a oposta àquela, qual seja: a fi losofi a universal-cosmopolita.
Faço, portanto, considerações sobre essas duas lógicas (ambas dotadas de larga
tradição no pensamento polÃtico ocidental) e busco mostrar como o “imigranteâ€
pode representar e fazer afl orar um cosmopolitismo utópico que visualiza e
defende um mundo sem fronteiras.
This article intends to discuss the following issues: the migration
phenomenon and specifi cally the idea that the migrants bring with them a
subversive sparkle that challenges the territorial sovereignty paradigm. To discuss
this hypothesis, our research initially refers to the philosophy of the wall (national-
sovereignty). This logic distinguishes, in a negative way, the I from the Other, i.e.,
the national citizen from the foreigner. At a second moment, we seek to expose
certain conceptual basis of a logic/philosophy opposed to the philosophy of the
wall, that is, the universal-cosmopolitan philosophy. Finally, these two logics
(both of them with a large tradition in Western political thought) are examined in
an attempt to show how “migrant(s)†can represent and bring forward a utopian
cosmopolitanism that hints at and promotes a world without boundaries.