O impacto das variações climáticas na demanda de crianças e adolescentes aos serviços de emergência

Residência Pediátrica

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ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

O impacto das variações climáticas na demanda de crianças e adolescentes aos serviços de emergência

Ano: 2023 | Volume: 13 | Número: 3
Autores: Letícia Bergo Veronesi, Joelma Gonçalves Martin, Guilherme Penaforte da Silva, Maria Luisa Rua Prieto, Adriana Polachini do Valle, Paulo José Fortes Villas-Boas, José Eduardo Corrente
Autor Correspondente: Letícia Bergo Veronesi | [email protected]

Palavras-chave: clima, serviços médicos de emergência, mudança climática, serviços de saúde da criança

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVOS: Avaliar o impacto das variações climáticas na demanda de crianças e adolescentes em serviço de emergência.
MÉTODOS: Estudo ecológico conduzido em uma cidade do interior paulista com análise de 39.336 atendimentos em pronto-socorro infantil em 2018 e correlação com dados meteorológicos obtidos junto à estação meteorológica da Faculdade de Ciências Agronômicas do município. Foram ajustados modelos de regressão de Poisson considerando a estação do ano, temperatura, umidade relativa e precipitação.
RESULTADOS: A maior demanda por atendimento foi da faixa etária ente 0 e 5 anos (65,2%) sendo a nasofaringite aguda (8.7%) a morbidade mais frequente, seguida por febre não especificada (6.1%); infecção aguda das vias aéreas superiores (IVAS): 5.5%; amigdalite aguda: 5.2%; náusea e vômitos: 5%; diarreia e gastroenterites: 4.8%; tosse: 4.6%; asma: 4.2%; broncopneumonia: 2.9% e dor aguda: 2.4%. No verão as morbidades mais frequentes foram febre e diarreia; no outono: nasofaringite aguda e IVAS; no inverno: IVAS e febre; na primavera: febre, nasofaringite aguda. As nasofaringites agudas, a IVAS e a broncopneumonia acometem principalmente crianças mais jovens e essas doenças têm maior chance de ocorrência em temperaturas mais baixas e em baixa umidade do ar.
CONCLUSÕES: Há uma diferente frequência de morbidades nas diferentes estações do ano, assim como a chance de ocorrência varia dependendo de idade, temperatura média, umidade média e não tem correlação com precipitação. Portanto, a partir da análise do clima, os serviços de saúde podem se antecipar para promover medidas preventivas e atender uma maior ou menor demanda de pacientes.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To assess the impact of climatic variations on the demand of children and adolescents in emergency services.
METHODS: Ecological study conducted in a city countryside of São Paulo, which analysis of 39,336 emergency room visits in 2018 and correlation with meteorological data obtained from the meteorological station of the College of Agronomic Sciences of the municipality. Poisson regression models were fitted considering the season, temperature, relative humidity and precipitation.
RESULTS: The greatest demand for care was in the age group between 0 and 5 years (65.2%) with acute nasopharyngitis (8.7%) being the most frequent morbidity, followed by unspecified fever (6.1%); acute upper airway infection: 5.5%; acute tonsillitis: 5.2%; nausea and vomiting: 5%; diarrhea and gastroenteritis: 4.8%; cough: 4.6%; asthma: 4.2%; bronchopneumonia: 2.9% and acute pain: 2.4%. In summer, the most frequent morbidities were fever and diarrhea; in autumn: acute nasopharyngitis; in winter: IVA and fever; in spring: fever, acute nasopharyngitis. Acute nasopharyngitis, acute upper airway infection and bronchopneumonia mainly affect younger children and these diseases are more likely to occur at lower temperatures and in low air humidity.
CONCLUSIONS: There is a different frequency of morbidities in the different seasons of the year, as the chance of occurrence change depending on age, average temperature, average humidity and has no correlation with precipitation. Therefore, from the analysis of the climate, health services can anticipate to promote preventive measures and meet a greater or lesser demand of patients.