O incêndio do MAM-RJ, em 1978, foi o maior desastre patrimonial brasileiro até aquele momento, destruindo praticamente todo seu acervo. Ao acompanharmos os escritos e a atuação do crítico de arte Mário Pedrosa antes e depois do incêndio, muitas de suas ideias sobre arte e curadoria vêm à tona. Iremos aqui apresentar três momentos do pensamento “museal” de Pedrosa em torno desse evento: a proposta de exposição de arte indígena “Alegria de viver, Alegria de criar”, prevista para o MAM-RJ antes do incêndio, sua proposta de reconstrução do museu depois do incêndio como “Museu das Origens” e sua atuação junto ao Museu da Solidariedade Salvador Allende, no Chile. Esses três eventos não apenas demonstram o pensamento museológico de Pedrosa, mas também expressam o potencial de atuação do crítico frente a diferentes momentos de esgotamentos e crises de modelos: da arte moderna e ocidental, da tragédia patrimonial e da política internacional, respectivamente.
The great fire of the MAM-RJ, in 1978, was the biggest Brazilian patrimonial disaster until that moment, destroying almost its entire collection. As we follow the writings and practice of art critic Mário Pedrosa before and after the fire many of his curatorial and artistic ideas emerge. We will here present three moments of Pedrosa’s “museal” conceptions around this event: the proposal for the indigenous art exhibition “Joy of living, Joy of creating”, planned for MAM-RJ before the fire, his proposal for the reconstruction of the museum after the fire as the “Museum of Origins” and his work in creating the Salvador Allende Solidarity Museum, in Chile. These three events not only demonstrate Pedrosa’s museological thought, but also express the potential of the critic’s responses in face of different moments of exhaustion and model crises: of modern and western art, of heritage tragedy, and of international politics, respectively