Este artigo traz uma análise comparativa entre a Odisseia (2011), de Homero, e A odisseia de Penélope (2020), de Margaret Atwood, no que se refere à importância da mímese e da verossimilhança através de Penélope. O trabalho analisa um entrelugar, suspenso pelo não dito que, sob o olhar da autora, desvela aspectos do texto homérico, enfocando, agora, não mais Ulisses, mas Penélope. A discussão é amparada à luz das teorias de Carvalhal (1991), Carreira (2008), Renaux (2009) e Castro e Oliveira (2017). Desse modo, nota-se que Penélope, na obra moderna, ganha voz no enredo e, portanto, suas ações são elevadas ao primeiro plano, o que outrora lhe fora negado na Odisseia, de Homero. Assim, este estudo possibilita pensar a literatura a partir de seu contexto representado nas obras e a função social que elas exerceram/exercem para a sociedade.
This paper presents a comparative analysis between Homer's Odysseyand Margaret Atwood's Penelopiadregarding the importance of mimesis and verisimilitude through Penelope. The paper analyzes an in-between place, suspended by the unsaid which, under the author's gaze, reveals aspects of the Homeric text, focusing now on Penelope, no longer Ulysses. The discussion is supported by the theories of Carvalhal (1991), Carreira (2008), Renaux (2009), and Castro and Oliveira (2017). Thus, it is noted that Penelope, in the modern work, gains voice in the plot and, therefore, her actions are elevated to the foreground, which was once denied her in Homer's Odyssey. Moreover, this study makes it possible to think about literature from its context represented in the works and the social function they exercised/exercise for society.