A proposta deste artigo é apresentar a construção de uma cinematografia centrada na
figura do jovem, seja este personagem ou espectador de tal produção. A invenção do juvenil
como gênero cinematográfico é discutida a partir de sua constituição na indústria cinematográfica
norte-americana, onde recebe o nome de teenpicture, destacando a expansão dessa tendência
para outras cinematografias, como a brasileira. Observando o caso brasileiro, são nÃtidas a
contemporaneidade da “juvenilização†na narrativa do cinema de entretenimento trivial e a
chegada dos teenpics às salas de cinema brasileiras. Acompanha os jovens delinqüentes e as
mocinhas inocentes um ritmo inconfundÃvel: o rock’n’roll. Nas produções norte-americanas tanto
quanto nos similares brasileiros, as tendências dos números musicais cinematográficos
acompanhavam os movimentos da indústria fonográfica. A ascensão da “música jovem†no elenco
das gravadoras, no final da década de 1950, garantiu simultaneamente a inserção da “turma do
rock†na produção cinematográfica.